Oposições e Cadáveres. Por Ney Carvalho

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As oposições, quaisquer que sejam, estão sempre à espreita de um cadáver que lhes vitamine as lutas políticas. Toda a vida foi assim e a História do Brasil está cheia de exemplos.

O pretexto da Revolução de 1930 foi a morte de João Pessoa, que nada teve de política, mas simples resultado de um crime passional. No entanto foi o pretexto para que os derrotados nas eleições daquele ano detonassem o movimento que levou Getúlio Vargas ao Poder.

Já no mandato constitucional de Vargas, em maio de 1954, um caso de espancamento, na delegacia de polícia de Copacabana, redundaria na morte do repórter Nestor Moreira e comoveria o país. A oposição, liderada pelo jornalista Carlos Lacerda, aproveitou a oportunidade para mais acicatar o governo Vargas.

Três meses depois, no atentado da Rua Toneleros contra Lacerda, veio a falecer o major da Aeronáutica Rubens Vaz. Este sim um ataque nitidamente político, de responsabilidade da guarda pessoal do presidente e que terminou culminando no suicídio de Getúlio Vargas.

Em maio de 1968 a morte do estudante Edson Luiz de Lima Souto, em confronto com a polícia militar no restaurante da UNE conhecido como Calabouço, provocou os primeiros pruridos oposicionistas que acabariam redundando no fechamento proporcionado pelo AI-5, no ano seguinte.

Quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, foi executada a vereadora Marielle Franco do oposicionista PSOL. O Globo publicava na primeira página a fotografia do deputado Marcelo Freixo, principal figura do partido na cidade, como tendo comparecido à cena do crime pouco após a ocorrência. Vamos ver quais serão as consequências de mais esse cadáver na história política do país.

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